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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
O desconhecido
Tudo o que guardei são flashes, sensações, segundos, milímetros, frames. Não me lembro de nomes de ruas, tampouco de sobremesas e nem dos melhores restaurantes. Quero apenas respirar fundo, fechar os olhos e lembrar da primeira vez que te vi. Lá vou eu. Uma menina, ou talvez uma mulher curiosa querendo saber de uma pessoa que só viu em uma dessas redes sociais. Perguntei sorrindo, tipo criança boba que de tão feliz vê magia em banalidades. Ela fechou a cara e respondeu que ele era uma das pessoas mais legais, especiais que se poderiam existir, porém bem aprendiz de cafageste. E e continuei sorrindo. Típico de uma pessoa querendo entrar num mundo do qual é impossível. Meio atrapalhada perguntei mais vezes, ela me disse por todas as vezes, mas saiu xingando querendo saber o motivo da curiosidade. E eu? Eu não soube responder, como sempre nunca sei me explicar e acabo perdendo muitas coisas por nunca saber como começar me explicar. Ia ter show na cidade dele. O dia quente, rapazes vestidos com abadás, e logo perto dos meus olhos uma pessoa grande sem abadá com uma camiseta, e logo percebi que era o ser daquela festa da qual eu estava acompanhada. Ele passará por mim falando de forma tão viva que foi como se me enfeitiçasse. Tudo era estranho demais e ao mesmo tempo quase familiar, como um filme do Fellini. Gente boa. Eu só caminhei como uma ovelhinha feliz em pertencer aquele mundo. E logo a ovelhinha foi retirada de circulação, ele estava com a amiga da minha 'amiga'. Sorri sem graça, demonstrando decepção, pra quem iria andar com ela, até desistiu. Sorte que havia uma amiga comigo. Que eu mal ouvia-a dizer: É ele o menino do orkut. E eu não sabia se ria, se gritava, ou se saia cantando. Saí cantando uma música nada a ver com aquele show. Aliás o que eu estava fazendo ali? Eu até queria cutucar as pessoas e dizer “dá para acreditar que isso está acontecendo comigo?”. Mas pela cara blasé da maioria, dava fácil pra acreditar. Naquele mesmo dia, só que bem mais a noite, me sentei num banco solitário lugar onde se concentram restaurantes, bares, casais de namorados, tipos bizarros. Falei mal de todo mundo que passava mas, acho que pela primeira vez na vida, porque eu não tinha maldade nenhuma no coração. Lembrava da minha infância. Eu magrinha, e minha família italiana me entuchando comida até não poder mais. Inconformados. Me deu uma espécie de bobeira e comecei a achar que cada centímetro daquele lugar renderia uma foto inesquecível... Inesquecível sim, era aquele rapaz grande. Como poderá me apaixona por uma ser daquele? Mal sabia de onde ele tinha vindo, mas ele tinha ido. Tenho medo de mim. E agora só preciso ouvir mais algumas vezes a voz dele no telefone, agora só preciso que ele me olhe no fundo dos olhos, ponha a mão no coração e veja como me sinto tentando ser a esperta e passando por uma idiota apaixonada, ou será cega? O que entender de um coração que sente tantas coisas, sensações por um ser DESCONHECIDO?
Nome oculto
Nome oculto? Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.
Eu sempre me apaixono por você. Todas as vezes que te vi, nesses últimos três, ou dois anos e meio, eu sempre me apaixonei por você. Eu sempre estive pronta pra começar algo, pra poder te apresentar ao sol sem receber mensagens de gente louca ou olhares curiosos, pra escutar uma piada nova. E você sempre ignorou esse fato, seguindo seu caminho. Eu nunca vou entender. Eu nunca vou saber porque a vida é assim. Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja ao lado de alguém. Você é um idiota, uma criança, um bobo alegre, um deslumbrado, um chato. Mas você é homem. E talvez seja só por isso que eu ainda te aguente: você pode ter todos os defeitos do mundo, mais ainda é melhor do que o resto. Você sabe que pode ter uma mulher mais gostosa do que eu, mas por alguma razão prefere a gostosa garantida, aquela que ainda ri das suas piadas. Com aquele ar descompromissado e meigo de quem só quer conversar. Eu não faço a menor idéia do que vejo em você, mas também não faço idéia do que não vejo. Eu posso ter um cara mais gostoso, como de fato já tive milhares de vezes; Mas por alguma razão prefiro suas piadas velhas e seu jeito homem de ser.
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